segunda-feira, 5 de setembro de 2016

EDDIE VEDDER



“É uma lei desprezível que alimenta a discriminação contra um grupo de cidadãos americanos. Queremos que a América seja um lugar onde nenhuma pessoa possa ser afastada de algo por causa de quem ela ama ou ser demitida de seu emprego por ser quem ela é”.



Esta foi uma fala de Eddie Vedder no primeiro semestre deste ano contra uma lei na Carolina do Norte que proibia o uso de banheiros públicos de acordo com a identidade de gênero e também vetava as localidades do estado de fazer suas próprias leis antidiscriminatórias. Eddie cancelou shows no estado em protesto contra essa lei.

Em 2015, Eddie já havia também protestado contra o lucro e a impunidade de mineradoras na ocasião da tragédia em Mariana, MG, após o rompimento de uma barragem que provocou mortes e impactos ambientais incalculáveis. Duas ocasiões que mostram que Eddie Vedder não tem medo de se posicionar politicamente nem de fazer do seu palco e microfone ferramentas de suas opiniões. Eddie, definitivamente, não é do deixa-disso.

Claro que isso incomoda aqueles com medo do conflito e do debate, com pânico de ver seu ídolo expor uma opinião divergente da deles e assim desconstruir a imagem do artista perfeito aos seus olhos. Mas o conflito é necessário e vivemos uma época em que o posicionamento político é crucial para o desenvolvimento social e econômico de um país.


Eddie apenas é fiel à sua trajetória. Ele e a Pearl Jam, das mais influentes bandas de rock surgidas na década de 1990, sempre mantiveram um posicionamento político bem claro, quase sempre, obviamente, mantendo uma linha de pensamento de esquerda, em prol de minorias, trabalhadores, direitos humanos e contra a exploração econômica e a política externa americana. Dentre os momentos mais famosos estão a performance da música Porch, no acústico da MTV, com a palavra “pro choice” (pró-escolha) escrita no braço, em defesa da liberdade de escolha para o aborto. Vedder também já protestou duramente contra o governo Bush e o aumento abusivo dos preços de ingressos pelas intermediadoras de vendas.

Nem todos gostam dos seus posicionamentos. Quem não gosta, não entendeu o artista nem nunca soube o que ele cantava de verdade. E deve ser difícil lidar com um músico que não se contenta com apenas ser um produto, para ser consumido em casa com um CD ou presencialmente com um show. Para quem gosta quando a música não é só música, vale relembrar todo seu percurso artístico, desde Ten (1991) e os clássicos Alive, Once e Jeremy, passando pelo marcante e único álbum do Temple of theDog, até o mais recente do Pearl Jam, Lightning Bolt (2013), de Mind YourManners e Getaway.

Que Eddie nos inspire sempre. E antes que terminemos: FORA TEMER. ABAIXO O GOLPE!

Fotos: Internet

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