sábado, 19 de setembro de 2015

ADAM LAMBERT

Talvez algumas pessoas tenham demorado a levá-lo a sério. Talvez algumas pessoas nem o levem ainda. Mas como não olhar com mais atenção para aquele que é considerado o primeiro artista abertamente gay a chegar no topo da Parada de discos dos EUA, a Billboard 200, e hoje assume os vocais de uma das maiores bandas da história, a Queen?

Como muita gente deve saber, ele ganhou notoriedade em um programa de TV de competição musical, ficou em segundo lugar com performances que sempre dialogaram com o hard e o glam rock. Adotou por muito tempo um visual com muito brilho e maquiagem, reavivando a afetação dos clássicos 70 e 80. Tanta atitude fashionista não o deixou escapar de assumir suas preferências sexuais e se tornar um grande ativista da causa LGBT.

Hoje, com o terceiro álbum, The Original High, lançado este ano, Adam tenta reinventar a imagem, deixando a estética glam um pouco de lado e até mesmo a “pauta gay”, que já lhe rendeu boas polêmicas, como a apresentação de 2009 no American Music Awards, em que simulava sexo oral com um integrante de sua banda. Em recente entrevista aqui no Brasil, justificou: “Minha ideia agora é uma mentalidade pós-gay: por que ainda temos de falar disso? Eu sou gay, 100%, totalmente orgulhoso disso, mas já falei disso. Vamos seguir em frente. Ser gay não é minha vida inteira. Eu sou humano”.

Sua música também não se restringe mais ao rock, caminhando cada vez mais ao pop e à dance music, como mostra seu mais recente trabalho, Ghost Town, que, para a nossa alegria, também ganhou uma versão com os riffs de Brian May, conforme conseguimos conferir neste vídeo do Rock in Rio 2015 – e, cá para nós, que diferença faz uma guitarra!

Falando em Rock in Rio, a parceria com o Queen é o grande destaque da carreira de Adam, que conquistou os músicos britânicos já durante sua participação no programa de TV. Público e imprensa como sempre se dividem, mas Brian May e Roger Taylor estão bem certos de sua decisão, elogiando suas habilidades vocais e presença de palco. Para os veteranos, Freddie Mercury aprovaria a escolha. E a gente por aqui também gostou. Confira I Want to Break Free e The Show Must Go On.

Adam superou os jurados chatos do programa de TV, superou o segundo lugar que levou, superou o estigma de ter surgido desse tipo de programa e é um dos cantores mais populares dos EUA. E, mesmo após Bowie, Elton John, Rob Halford, George Michael, Boy George e o próprio Freddie Mercury, Adam, a gente repete, desponta como o “primeiro artista abertamente gay” a chegar no topo da parada americana (que ano é hoje mesmo?). É o suficiente: sua marca está deixada.

E ele está cada vez mais bonito.

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