John é um nome que está para constar aqui há muito tempo. Desde os primórdios, ele é pedido e prometido. Não é para menos: o fundamental baterista da System of a Down sempre chamou a atenção por sua beleza discreta, mas marcante, típica dos homens que não precisam provar nada a ninguém nem fazer demais para serem notados como especiais. Além, claro, do talento, que já lhe rendeu o título de um dos principais bateristas do novo século.
Nasceu no Líbano, de ascendência armênia, e se mudou para o continente americano ainda criança após uma bala perdida atingir sua cama durante a guerra civil daquele país. Formou, com outros músicos de ascendência armênia, uma das mais queridas bandas de metal do final da década de 1990. Banda que, embora de musicalidade alternativa e experimental, conquistou muitos fãs do metal tradicional, desde a época em que abriam shows para o Slayer.
A SOAD, cujo último álbum de estúdio foi lançado em 2005, passa por um período de incertezas, com tentativas esporádicas de retomada, mas sem ainda anunciar um trabalho inédito. John, inclusive, já deu depoimentos sobre a melancolia que lhe causa a situação da banda, que não está feliz com o momento atual dela, e dá pistas de que o problema pode ser de uma crise de identidade autoral, entre os compositores da banda. Como John não se coloca entre eles, diz estar pronto para tocar, mas assume que a reunião gera desconforto.
Enquanto isso, participa de trabalhos paralelos, inclusive com os outros integrantes da SOAD. Participou como baterista do álbum solo de Serj Tankian, do álbum de estreia da Scum of the Earth e do projeto Axis of Justice. Das tentativas de formar uma outra banda, há a Scars on Broadway, cujo álbum homônimo de estreia foi lançado em 2008, e a Indicator, sem lançamentos. Atualmente produz These Grey Man, álbum de covers com vocalistas convidados, bancado por meio de “crowndfunding” (financiamento coletivo e voluntário pela internet). O álbum trará versões para canções de artistas como Radiohead, David Bowie e Madonna.
John é muito conhecido por seu semblante sisudo. Homem de poucos sorrisos, que busca a autenticidade artística e o engajamento político, já que desde a infância lida com problemas sérios como o genocídio. Pouco se expõe, ainda que no início da SOAD tocasse pelado. Sabemos que, além de canceriano, é viciado em pornografia, quadrinhos (inclusive tem produzido alguns) e tem um macaco de estimação. A nós, permite mais é o acesso ao artista, de um charme que talvez o homem nem saiba o tamanho que tem.