sexta-feira, 8 de agosto de 2014

DAN O'CONNOR

De modo geral, ter uma banda de rock e associá-la a palavras como “pop” e “happy” nunca é um bom negócio, porque com certeza elas irão se sobressair a qualquer conceito de “rock” que o público de rock possa considerar como rock. Ou, em outras palavras, como legítimo, bom e sério.

Algumas bandas parecem não se importar com essas restrições ideológicas ou musicais ou vocabulares. Há uma bateria, uma guitarra, uns riffs, então é rock, ainda que agregado a “pop”, “melódico” ou outro termo que suavize o que rock signifique. É o caso da Four Year Strong, banda americana de “pop punk” que, ainda bem, ajudou a criar outro termo mais interessante: beardcore.

Beardcore nada mais é que um bando de caras barbados fazendo um som – fazendo rock. “Ah, isto é muito amplo”, vão dizer. E é. Mas é o que há. Nos últimos anos tivemos uma valorização da barba, que o Caralho aprecia muito, e daí surgiram umas bandas novas, que a gente não sabe o nome, com um pessoal barbado, que faz um som que a gente não sabe definir direito, são aqueles caras de barba, aquela banda de beardcore.

Mas, sim, tem o “core”. Desde o primeiro álbum, It's our time, de 2005, cujo lançamento foi de apenas 400 cópias, já se notava o som rápido característico do hardcore. Tinha uma pegada mais adolescente, algo como Blink 182, e depois foi evoluindo, com momentos mais rápidos e mais pesados, ainda que mantendo a mesma influência desse tipo de banda dos anos 1990. Destaca-se nesse período a faixa de título curioso, It Must Really Suck To Be Four Year Strong Now, que abre o terceiro álbum, Enemy Of The World, de 2010.

O quarto álbum, de 2011, In Some Way, Shape or Form, é que mais foge do tom adolescente, inclusive nos vocais. Faixas como The Infected e Heaven Wasn't Build to Hold Me valem a conferida. Este ano, para acabar com os boatos de fim da banda, lançaram o EP Go Down in History, retornando um tanto ao som dos álbuns anteriores. Não se pode esquecer ainda o álbum de covers, de sons de bandas que serviram de influência ao FYS, Explains It All (2009). Todas dos 1990, de Alanis a Nirvana, passando por The Smashing Pumpkins, algumas bandas mais ensolaradas e um incrível “medley” de No Doubt com Pantera.

Bom mesmo é ficar com o beardcore, e com Dan O'Connor, um belo barbudo com porte de um delicioso lenhador. Principal compositor, um dos guitarristas e vocalistas, sempre à frente da banda, com um rosto tão cheio de pelos que deixa aquela vontade de ser arranhado todinho. Vem cá, roça mais, Dan.

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