Sem querer você cruza com a foto de um cara e pensa por que você não sabia de sua existência antes. Nesse universo de nomes e rostos e bíceps e barbas e guitarras (e caralhos), nesse imenso mar de roqueiros, como justo esse escapou dos olhos e dos ouvidos?
Guy Kozowyk é vocalista da banda de deathcore norte-americana Red Chord, fundada em 1999, tempo demais, e que anda num hiato não admitido, pelo contrário, negado, há uns três anos. O último álbum, Fed Through the Teeth Machine, foi lançado em 2009, época que já acumulava frequentes mudanças na formação original da banda, que de dois, hoje tem apenas um guitarrista.
Red Chord é uma banda de projeção pequena, mas que ganhou prestígio em seu meio, reconhecida por revistas especializadas e não sendo esquecida nem mesmo nos rankings da Billboard. O primeiro dos quatro álbuns lançados é de 2002, Fusing Together in Revolving Doors. O som rápido, agressivo, com influências do grind e hardcore, metalcore e death metal, já figura como dos bons respiros do rock pesado da última década.
As letras são majoritariamente de Guy, que prefere escrever temas fictícios a tratar de pontos de vista explicitamente políticos, religiosos ou outros polêmicos. Costuma dizer que esta é a maneira mais confortável de trabalhar com os companheiros, já que entre si possuem muitas divergências de opinião. Assim, pode esconder em seus personagens todos os seus pontos de vista extremistas, sem “incriminar” ninguém mais na banda.
Seus vocais, de poucas palavras faladas, e muitos berros ao estilo do deathgrind, não nos dá muitas opções de compreensão fácil das canções nem de identificação de sua verdadeira voz. O que temos é só a pancada do som que nos revela um pouco da personalidade do homem por trás da voz distorcida. Do homem também temos seu senso de humor no palco, a convidar a plateia a imitá-lo numa dança inventada, e em algumas entrevistas, que não poupa ironias sobre outras bandas.
Ah, sim, temos também os seus olhos verdes, os seus músculos cada vez mais definidos com o passar dos anos, a sua escolha de começar recentemente uma carreira paralela como policial (pensa nele de farda!) e as bermudas que escolhe para entrar no palco.
"De verdade tem gente que me diz 'Aquela música realmente mudou minha vida e me ajudou num momento difícil', e eu não sei o que dizer, porque eu fico, tipo, Er... é sobre meu cão."