sábado, 18 de fevereiro de 2012

COREY TAYLOR

À sua frente: um monstro.

Acompanhado de vários outros monstros, uma multidão de aberrações querendo te assustar e fazer você acreditar que eles são da fúria e da maldade. Você acredita e vê em cada rosto distorcido o caos, a violência, o horror. Mas você gosta.

Aquele que assume o posto de frontman te causa um tormento especial. A máscara de louco e de assassino te provoca a estranha certeza de que não correrá se ele vier rumo a você; e mesmo se ele impuser a face desfigurada a um palmo da sua, você não corre, fica. E tenta achar os olhos. E tenta achar a boca.

Porque você percebeu o corpo do monstro, as mãos, o tronco, as pernas. Você notou a virilidade do monstro, e o desejou. Mesmo sem saber que a fera era das mais belas criaturas do rock and roll.

Voz do Slipknot, a voz melódica e violenta do Slipknot, e principal letrista, Corey Todd Taylor é o belo rosto por trás do terrível #8 da banda norte-americana de “nu-metal”. É também o vocalista da Stone Sour, com a qual se revela bem mais. 

O Slipknot ganhou notoriedade em 1999 com o lançamento do primeiro álbum de estúdio, homônimo, que chegou a ser nomeado como um dos 50 mais pesados de todos os tempos. Título parecido ganhou o segundo, e talvez mais famoso, Iowa, de 2001, tido como o primeiro grande registro da era new metal. Feitos significativos para uma vertente do rock que demorou a ganhar prestígio.

Uma das características mais marcantes do Slipknot é sem dúvida a identidade visual da banda, todos com macacão industrial e máscaras, além de se identificarem por números. Corey começou com uma máscara de couro e dreads verdadeiros. Hoje usa uma de látex, com abertura apenas para nariz e boca, e os olhos de tamanhos diferentes cobertos por uma tela. Seus cabelos ficam à mostra, mas geralmente disfarçados por alguma tintura.

Máscaras não são originais, só lembrarmos dos nossos Secos & Molhados ou dos espalhafatosos Kiss, mas Slipknot nos trouxe máscaras horrendas, que nos despertassem aversão, medo, e fascínio. Nenhuma proposta cósmica ou qualquer bobagem circense.

Slipknot são como fantasmas, cadáveres, homens queimados, desfigurados, nos despertando a agonia e o pavor. E o tesão de doentes como eu.

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