Ele já foi considerado uma das 25 pessoas mais influentes da música, esteve entre os 100 melhores artistas de sempre, na opinião de Sir David Bowie, e já ganhou uns Grammy de “melhor performance de metal”, mesmo não sendo tão metal, além de fazer uns por fora, produzindo álbuns e canções de todo tipo de artista: Tori Amos, Jane’s Addiction, Busta Rhymes e, claro, seu colega mais famoso no “metal industrial”, Marilyn Manson. Ele é Trent Reznor, um dos maiores símbolos sexuais do “povinho dark”, e líder da banda da qual, na verdade, é o único membro: Nine Inch Nails.
O NIИ surgiu em 89, com o Pretty Hate Machine, portanto consideremos a banda como noventista, e seu estilo de “metal industrial” como característica dessa década, na qual ganhou mais notoriedade, pra quem achar que o grunge foi o único sopro importante do rock nesses anos. Afinal, o Nu Metal a gente desconsidera. O último álbum é de 2008, The Slip, lançado pela Internet, numa época em que a banda experimentava sobreviver sem as gravadoras. Trent comunicou o fim do NIИ no início deste 2009, 20 anos depois do início, anunciando “a hora de desaparecer por um tempo”.
Na sua mistura de rock e metal com música eletrônica, Trent Reznor não só ajudou a popularizar o estilo como também o tornou respeitado, mesmo dentro da quase hostil cena metaleira, e nomes como Pantera e Megadeth até quiseram ser remixados. No entanto, não sei se apenas uma impressão, mas a música do Nine Inch Nails muitas vezes me pareceu sobrepor a eletrônica ao rock, o que tornava o som mais “fraquinho”, se adjetivado como rock e comparado ao de outras bandas semelhantes.
Ainda assim, é um som impactante, e não só. O visual ao mesmo tempo moderno e retrô, dialogando com o pós-punk, o metal trevoso e – por que não? – o glam, mas de forma a sabermos que, sim, aquilo era anos 90. Inclusive a temática, os comuns sentimentos suicidas, destrutivos, sexualmente doentes, as blasfêmias todas, mas tudo com um suspiro mais despojado. Válida também a coragem que o grupo teve de lançar coisas como Happiness in Slavery, mundialmente banido, do álbum Broken, de 92, que continha ainda mais coisinhas “estranhas”, como Pinion. E é do NIИ uma das canções mais sensuais do rock, Closer, e sua célebre frase “I Wanna fuck you like an animal”. Quem, vendo aquela boca gostosa pronunciando isso, não abriria as pernas pro Trent?
E como abriríamos. Além de a cena do metal industrial ser um tantinho assim ambígua sexualmente, cortejando com mais conforto a diversidade, Trent nos últimos tempos, livre das drogas, nos surgiu com um visual sensualmente mais apelativo. De cabelos curtos e corpo musculoso, o cara conseguiu ficar ainda mais gostoso. Pena que seja tão difícil vê-lo sem roupa. O máximo que consegui foi um videozinho embassado e breve dele sem camisa. Mas diz aí: don’t you really wanna be fucked like an animal?