Marc Rizzo é um bonitinho guitarrista da banda “brasileira” Soufly, aquela fundada pelo Max Cavalera depois de romper com o Sepultura (briga de família, nem vamos comentar). É americano, “latino”, e bem versátil musicalmente. Do hard rock ao thrash metal, Marc também flerta com o jazz, o flamenco, e outros ritmos.
ua versatilidade, aliás, me faz pensar o quanto curiosa é essa turma do Sepultura. Sim, porque podemos muito bem botar tudo num balaio só. Não quero me aprofundar muito nessas bandas, pra não perder assunto pra futuras postagens, mas há algum tempo que todas elas, ou seus integrantes em separado, passeiam por estilos muitas vezes bem diferentes do tradicional metal. Pra mim isso os faz transgressores, inteligentes, charmosos; mas é claro que uma atitude dessas quase sempre os faz esmurrar numa faca de dois gumes: a simpatia da crítica e a repulsa dos fãs mais conservadores – apesar de “conservador” por si só já ser uma palavra quase sempre indigna de respeito.
O primeiro álbum do Soufly, homônimo, de 98, traça um caminho iniciado lá em Roots, do Sepultura: a mistura com ritmos brasileiros (geralmente tribais) e “worldmusic”, um eufemismo pra tudo que não é norte-americano e não sofre sua influência, como o samba, o xaxado, a reza braba. O resultado é interessante, mas dá ao rock um hibridismo aceito mais por quem não é necessariamente do rock, o que não chega a ser uma desvantagem, nem artística nem ideológica. O mais recente álbum do Soufly é o Conquer, de 2008.
Marc, que já fez parte da “latina” Il Niño, está no Soufly desde 2003 e do álbum Prophecy. Ele também está na Cavalera Conspiracy, fruto da reconciliação entre Max e o seu irmão Igor. Também tem dois álbuns solos: Colossal Myopia (2006) e The Ultimate Devotion (2007), ambos instrumentais e nos quais mostra um pouco da sua versatilidade.
Além de malhadinho, limpinho e gostoso, o que o coloca no mundo moderno e saudável dos neo-rockers, Rizzo é boxeador. Bate uma que é uma beleza.
