O mocinho tá pra fazer aniversário, é agora dia 10 de janeiro. Vai fazer 22 aninhos, ó só. Acho um absurdo esse negócio de os moços todos hoje em dia serem mais novos que eu, logo eu que sempre gostei de mais velhos. Uma questão de pegada e cabeça... Mas acho que certas partes do meu corpo falarão mais alto e reverei meus conceitos. Afinal, quando começamos a envelhecer, é natural que queiramos juventude ao nosso redor.
Daniel Weksler é baterista do NX Zero, banda "emo" surgida em 2001, com três discos lançados até hoje (o último é um homônimo, que bombou nas rádios com hits como “Além de mim” e “Razões e emoções”) e que sustenta o feito de ser “a primeira banda independente a alcançar o primeiro lugar no Disk MTV”. Aliás, MTV e revistas Capricho parecem ser mesmo o hábitat natural desse grupo. Prestígio eles não têm. Talento, talvez, dependendo do ângulo que se olha. A Ivete Sangalo também tem muito talento. Até a Sandy tem. A diferença está no modo como esse talento é usado.
Apesar de negarem o rótulo de emo, eles são a banda emo mais famosa do Brasil (havia o CPM22, mas nem sei por onde anda). Emo é uma música da Wanessa Camargo com alguma pegada roqueira. Umas guitarras, sei lá. Algo como o Roupa Nova já fazia décadas atrás com um arranjo mais brega, menos trabalhado... Há quem defenda que o emo tem raiz, que havia bandas sérias a fazer um hardcore “do caralho”, com letras “emocionais”, porém não fúteis ou tão infantilizadas. Fato é que emo hoje não é mais um rock afetivo, afinal isso sempre houve em todos os estilos, mas sim uma música adolescente, no sentido talvez de imatura, alienada, ingênua e inofensiva, talvez característica de uma adolescência pós-moderna que não assusta mais ninguém, não é levada a sério, considerada fruto da falta de cultura, de educação e valores políticos e ideológicos. O caos, a decadência, o vácuo. Talvez se dermos ao NX Zero o rótulo de pop eles tenham outro valor. Talvez seja uma banda pop agradável, mas não passa daí. Porque até o pop pode ser significativo e revolucionário, o que não é o caso.
E o Dani é gostosinho, né não? Sempre reparei que os bateristas, em grande parte, são sempre gostosinhos. Por que será? Quando vi o cara pela primeira vez, caramba, fiquei na fissura pra ver mais coisas e tal, mas os sites, os poucos sites dedicados à banda ou ao baterista são de menininhas meigas que adoram colocar corações rosas em volta das fotos. Intragável! Alguém já me disse: “Quer saber se uma banda é boa? Olha o público num show; se só tiver mulher, esquece”. Machismo, não? Pois é... E que os fãs de Beatles ou de Elvis não nos ouçam/leiam.