Não sei se é pela minha idade ou por alguma característica do meu estilo de vida, mas não sou da geração do Dead Fish, banda do Rodrigo Lima, na qual é vocalista. A banda é já do finalzinho dos anos 90; lançaram o primeiro disco, Sirva-se, em 1998, apesar dos seus 16 anos de estrada. Portanto não sei exatamente medir sua importância para o rock brasileiro, por mais que eu sempre tente prestar atenção em coisas novas, ainda mais daqui. Não é que eu seja velho, não sou, mas quando o Dead Fish se fez mais visível, lá pelo ano de 2004, à época do seu primeiro álbum por uma gravadora grande, Zero e Um, eu não era mais um adolescente e costumava não prestar muita atenção no que pessoas de 13, 14 anos escutavam. Além do mais, surgiu junto com o fenômeno “emo”, aquele popzinho choroso com guitarras, e, botando tudo num mesmo saco, deixei pra lá.
Foi quando eu notei o Rodrigo: barbudinho, peludinho, gostosinho. Parecia um estudante de humanas simpatizante do socialismo. Coisa bem interessante. E cantava de um jeito bem punk, quase desafinado, em total desarmonia, desritmado, porém tinha voz, e potente, segura, suportável. Diferente de uns aí que ao vivo parecem apenas arrotos frustrados.
O cara comete excessos típicos de quem precisa, pra si e pros outros, provar que é sério, que faz um trabalho importante, com proposta definida e nobre, mas diante de toda uma geração que não lê, não aprende, não pensa, isso se torna bobagem e seu trabalho ganha realmente um caráter respeitável. Baixei músicas deles e tenho ouvido com certa freqüência, ouço enquanto escrevo este texto, e digo que há sim hardcore bom nelas, há sim um rock jovem, agressivo, questionador e rebelde (com causa). E, não, eles não são emos.
Tudo bem que eu me interessei pela banda por motivos sexuais, tô me fudendo pra isso, mas acho que não importa como a porta abre, importa que ela abre. Continuo achando o Rodrigo gostosinho, assim como boa parte da banda, pela qual devo tirar ainda mais algum texto, mas agora dou mais valor ao Dead Fish e me alegra saber que nem todas as bandas jovens, dessas que estão na mídia de uma forma ou de outra (vale observar que lançaram um MTV Apresenta em 2004 e foram banda-revelação do VMB no mesmo ano), são banais. Vida longa a esses rapazes capixabas.
Antes de encerrar, porém, deixo uma crítica aos internautas brasileiros. É incrível como é difícil achar fotos e boas informações sobre os artistas daqui. Os sites oficiais são uma bosta (os da Uol então!) e quase não há páginas de fãs. Caralho! E eu procurando por fotinhas bonitas do cara e sem achar. Querendo uma dele sem camisa.... (Alguém tem? Me manda?). Não é possível que eu seja o único a pagar um pau pra ele. E à merda aqueles que me disserem que o que tenho de valorizar é a obra, não a imagem. Vocês é que precisam beber e meter mais.